1. Elaboração de cartazes para serem
apresentados e expostos na sala de aula:
·
Levar cartolina para a sala de aula;
·
Dividir a sala em 8 grupos;
·
Cada grupo será responsável pela explicação de um ponto;
? Interrogação
! Exclamação
. Ponto final
, Vírgula
... Reticências
_ Travessão
: Dois pontos
“ Aspas
* Após a explicação do uso da pontuação, o professor fará os comentários
que achar necessário para esclarecer possíveis dúvidas dos alunos.
2. Após a realização da primeira atividade,
entregar aos alunos “Poema: Pontuação e sua função” e fazer uma leitura
compartilhada do poema.
·
Questionar os alunos sobre os cartazes apresentados por eles;
·
Pedir para os grupos fazerem um poema com o uso da pontuação.
Poema:
Pontuação e sua função
Sou muito emotivo e a exclamar eu vivo, sou usado com capricho para
expressar emoção, esse sou eu, o PONTO DE EXCLAMAÇÃO.
Sou muito curioso, e vivo a perguntar, quando surge uma dúvida vou logo
interrogar. Eu sou o PONTO DE INTERROGAÇÂO.
Quando esticam o assunto eu não dou muita moral, tenho certeza do que
digo e o fim de uma frase indico. Sincero e legal sou eu, o PONTO FINAL.
Sou chamado de DOIS PONTOS, e sou muito camarada, sou usado com
frequência antes de uma fala, também me usam com exatidão antes de dar uma
explicação ou identificação.
Meu nome é TRAVESSÃO sou o senhor da
comunicação, sou usado para expressar uma fala, por isso antes de me escrever
em seu texto narrativo, ninguém pode falar nada.
Sou conhecido como RETICÊNCIAS, quando presente em
pensamentos indico suspensão, também posso ser usado para indicar na fala uma
hesitação.
Meu nome é ASPAS sou muito badalado e
venho sempre acompanhado. Sou usado com elegância em frases, falas e palavras,
que merecem destaque e importância.
Eu sou a VÍRGULA, para não ficar
cansada na frase dou uma parada. Separo elementos de uma citação, para o texto
não ficar cansativo, é essa minha função.
Autora: Laís de Castro Agranito
3. Entregar aos alunos uma cópia do texto “Meu primeiro beijo” sem
pontuação para cada grupo;
·
Solicitar aos grupos para que façam a leitura da crônica sem a
pontuação;
·
Após a leitura (sem pontuação), pedir aos alunos para usarem a
pontuação;
·
Entregar aos alunos o texto com a pontuação correta e fazer novamente a
leitura da crônica;
·
Fazer os comentários e possíveis intervenções sobre o uso da pontuação
na crônica.
Meu Primeiro Beijo
É dificil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem?
Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos
exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse
assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não
sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos
seus milhares de bilhetinhos:
"
Você é a glicose do meu metabolismo.
Te
amo muito!
Paracelso"
E
assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele.
Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto
maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance
pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No
dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus,
veio com o seguinte papo:
-
Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
-
Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12
calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou
coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
-
A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de
albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg
de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí
o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos,
tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu
descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e
brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente.
Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração
ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força,
e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E
de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto ,
juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci,
cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos
apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e
voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram,
depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo.
Mas foi inesquecível!
BARRETO,
Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD,
1977. p. 134-6.